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Exploração de poços artesianos da Bacia do Itapicuru em Serra dos Morgados foi ponto central da reunião plenária ordinária do CBHI, em Jaguarari

Foto: Divulgação

Representantes do Poder Público, da Sociedade Civil Organizada e dos usuários de águas estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira (22), na LXVII Reunião Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru (CBHI), em Jaguarari (BA). A reunião ocorreu no auditório do Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte Norte do Itapicuru (CETEP PNI) e, dentre os pontos da pauta, a problemática da exploração das águas provenientes de poços artesianos, abertos nas serras da Bacia do Itapicuru, em especial, na Serra dos Morgados, foi o principal assunto debatido.

Presente na plenária e representando as 97 famílias da comunidade, Elizabete Cruz, que é membro do Movimento Salve as Serras e da Associação de Moradores da Serra dos Morgados, solicitou apoio do Comitê junto à Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) para a elaboração de um plano de alternativas hídricas para a localidade.

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De acordo com Elizabete, décadas de exploração das águas provocaram a seca das nascentes e a extinção de árvores frutíferas da região e agora as famílias anseiam pela implantação de um sistema de água próprio para a preservação do modo de vida da Serra. "Não estamos brigando por água. Jamais! Estamos buscando outras formas de ajudar as outras comunidades que estão sem água, mas também queremos que os órgãos nos ajudem e não deixem destruir a nossa. Temos ainda cinco poços, com baixa vazão, mas pedimos fiscalização para que nossos jovens não venham sofrer no futuro. Queremos que eles permaneçam na Serra, mas, para isso, precisamos de água, de respeito e de qualidade de vida na nossa comunidade", falou aos membros do CBHI.

Na quarta-feira, 21 de agosto, foi realizada uma visita técnica na Serra dos Morgados e áreas circunvizinhas no município de Jaguarari, quando situações preocupantes foram encontradas a exemplo de mais 13 poços perfurados em uma margem de 10 quilômetros. "É muito prejudicial para o lençol que não encontra meios de recuperar as águas retiradas. Também observamos a venda irregular de água. Nesse aspecto, o Comitê vai deliberar e solicitar ao Poder Público a fiscalização necessária", relatou o vice-presidente do CBHI, Rubem de Farias

Ainda durante a visita foi percebido a necessidade de observar as ações das empresas que estão se instalando nas nascentes da Serra dos Morgados, para que não sejam danosas ao meio ambiente. "Percebemos que existe um impacto direto nas serras de Jaguarari", relatou o vice-presidente do CBHI, que aproveitou para frisar que o papel do Comitê é fazer encaminhamentos das demandas das comunidades para os órgãos públicos de todas as esferas e buscar soluções.

DELIBERAÇÕES – Além do exposto, outros pontos foram levantados como a solicitação junto ao INEMA para realização de um levantamento sobre a situação dos poços das Serras de Jacobina, a situação cadastral das empresas que realizam este serviço no âmbito da Bacia do Itapicuru; o Plano Piloto Produtores de Água para Comunidade Tradicional no Alto Curso; Esclarecimentos da Central das Águas sobre o serviço prestado nas Serras do Morgados; informações sobre o andamento do Plano de Bacia do Rio Itapicuru e a retomada da operação da Estação Climatológica do Parque Estadual Sete Passagens (PESP). Além disso, será encaminhado ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), uma solicitação para a instalação de Estações Climatológicas na Serra dos Morgados e à Prefeitura de Jaguarari a solicitação do Plano de Uso e Proteção para Barragem Fonte Velha; além da averiguação da situação dos poços públicos do município e verificação da questão da venda da água por carros-pipa.

Fonte: Pedro Guimarães

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