Pernambuco assegura pagamento de precatórios do FUNDEF aos professores
Na Bahia, APLB trava regulamentação ao insistir no desconto
de honorários advocatícios; PGE e TJ-BA já se posicionaram contra a apelação
Mais um passo importante foi dado pelo Estado de Pernambuco
para a efetivação do rateio dos precatórios do FUNDEF aos profissionais do
magistério. Na última quinta-feira (11), a Advocacia Geral da União (AGU) se
manifestou favorável ao levantamento dos valores pelo Governo daquele Estado.
Agora, só resta ao Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) expedir ofício
ao banco autorizando a transferência do numerário para a conta específica do
Estado. O avanço é fruto da atuação do Sindicato dos Trabalhadores e das
Trabalhadoras em Educação de Pernambuco (Sintepe) junto ao Governo, que
permitiu em prazo recorde a aprovação da Lei nº 17.868/2022, que assegura o
rateio da integralidade dos 60% dos precatórios, sem descontos de juros,
correção monetária ou imposto e sem qualquer cobrança de honorários
advocatícios. Estima-se, pelo decreto, que os depósitos na conta dos professores
devem ocorrer nos próximos 60 dias.
Na Bahia, ao invés de defender o direito e os interesses da
categoria que representa, a APLB Sindicato tenta bloquear os precatórios ao
insistir no desconto de honorários advocatícios (da ordem de mais de R$ 1 bilhão
no total) sobre o valor a ser rateado entre os professores(as). Felizmente, a
5ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) rejeitou
dois embargos de declaração opostos. Além disso, a Procuradoria Geral do Estado
(PGE) também já se posicionou contrária ao pagamento ilegal de honorários.
Contudo, apesar disso, até o momento, o Governo da Bahia ainda não enviou o
Projeto de Lei que vai regulamentar o pagamento dos precatórios para apreciação
da Assembleia Legislativa (ALBA).
Por esta razão, representantes da Associação Classista de
Educação e Esporte da Bahia (ACEB), Confederação dos Servidores Públicos do
Brasil (CSPB), Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia
(Fetrab), Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia (AFPEB) e
Sociedade Unificadora de Professores (SUP) seguem pressionando o Governador e
os Deputados baianos pela regulamentação imediata do pagamento dos precatórios
no Estado. As ações da campanha “Regulamenta Já” incluem visitas de
representantes dessas entidades à ALBA. As próximas estão marcadas para ocorrer
nos dias 15, 16 e 17 de agosto.
A respeito de discussões sobre os critérios do rateio, o
advogado Jorge Falcão Rios, assessor jurídico da ACEB e AFPEB, explicou que em
Pernambuco o rateio terá por base o valor da hora aula. “Não há mácula ou
problema na disposição legal aprovada que indica este formato de rateio.
Tratando-se de servidor público, cuja remuneração é composta de vencimento,
acrescido de gratificações e adicionais, para o alcance do valor da hora aula,
deve-se dividir a remuneração bruta mensal percebida no período do repasse a
menor pelo quantidade de horas exercidas no cargo público ocupado. Essa conta
matemática, simplória, permite sem qualquer reparo individualizar o valor da hora
aula de cada beneficiário, considerando o seu vencimento e as demais verbas
permanentes percebidas", explicou.
Ainda segundo o advogado, "os profissionais do
magistério da Bahia devem desconsiderar a preocupação externada pelo Dirigente
da APLB, Rui Oliveira, quanto à alegada impropriedade da regulamentação feita
pelo Estado de Pernambuco. Em verdade, o que houve, foi um equívoco na
interpretação jurídica da assessoria jurídica da entidade que subsidiou o
Presidente com informações desencontradas", esclareceu.
Segundo a coordenadora do coletivo de entidades que lutam
pela regulamentação imediata do rateio dos Precatórios do FUNDEF no Estado da
Bahia, Marinalva Nunes, depois de muito diálogo em lives altamente concorridas,
com participação média de 700 pessoas simultâneas por uma hora ao vivo, “o que
fica como pendente é o grito de ordem: APLB, não apele não. Sem honorários,
queremos regulamentação. Governador Rui Costa, confiamos na sua sensibilidade
pela categoria da educação. É hora de correria para o envio do PL à ALBA”,
conclamou.
Nenhum comentário