Sob forte chuva, velório de Eduardo Campos é acompanhado por multidão
Em um domingo de luto em Pernambuco, a população de Recife lotou o Palácio do Campo das Princesas para se despedir do ex-governador Eduardo Campos. Candidato à presidência do Brasil, Campos morreu nesta última quarta-feira (13), quando o avião em que viajava para um compromisso de campanha caiu enquanto sobrevoava a cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
Os outros seis passageiros do avião - dois pilotos, um fotógrafo, um cinegrafista e dois assessores de imprensa também morreram. Segundo o site Folha de S. Paulo, uma verdadeira romaria de admiradores marca presença no local desde a madrugada.
Mesmo sob a forte chuva, as pessoas se organizaram em filas e passam próximo aos caixões de Eduardo Campos e de dois dos assessores mortos no acidente: o jornalista Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo. O velório e a missa de despedida é totalmente aberto ao público, e conta com a presença de familiares e amigos próximos.
Coberto por uma bandeira do Brasil, o caixão de Campos também tem as bandeiras de Pernambuco e do PSB, legenda da qual era presidente, assim como um porta-retratos com a foto dele. Já no de Alexandre Severo também estão as bandeiras de Pernambuco e do Santa Cruz, time para qual o fotógrafo. No de Percol estão a bandeira do Estado, de Recife e do Sport Clube.
Missa de despedida
Uma missa campal, comandada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, teve início às 11h de hoje (17). Posteriormente, o corpo de Eduardo Campos vai seguir para o cemitério de Santo Amaro, onde vai ser sepultado ao lado do jazigo do avô, o ex-governador Miguel Arraes, às 17h.
Marina Silva
Candidata a vice na chapa de Campos, Marina Silva acompanhou a família do ex-governador durante todo o trajeto, desde a Base Aérea de Recife. Às três horas da madrugada, a ex-senadora ainda permanecia no palácio com diversos assessores.
“Marina tem muita resistência”, disse um deles. Na quarta-feira (20), o PSB deve oficializar em Brasília o nome de Marina como cabeça da chapa ao Palácio do Planalto. Entre os gritos para Eduardo Campos, pode-se ouvir um sonoro “Marina, Marina, Marina” assim que os carros dos Bombeiros chegaram ao Campo das Princesas.
Velório
A família de Campos, a ex-primeira dama Renata Campos e os cinco filhos do casal, passaram a maior parte da madrugada junto à urna. No entanto, eles se recolheram no próprio palácio ainda nesta manhã (17). Já a mãe do Alexandre Severo declarou que pretende doar o acervo do fotógrafo para uma das universidades onde ele estudou.
Muitos visitantes choram, enquanto outros cantam o hino de Pernambuco, hinos religiosos e também aplaudem. Os corpos de Campos e dos dois assessores chegaram no Palácio do Campo das Princesas por volta das 2h deste domingo.
Centenas de pessoas já estavam em frente ao palácio do Campo das Princesas no início da noite de sábado (16). Trouxeram faixas e cartazes e entoavam cânticos religiosos citando o ex-governador. Há inúmeras coroas de flores dentro e fora da sede do governo, além de telas pintadas com o rosto de Eduardo Campos.
Em destaque estão as coroas enviadas pelo ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva e pela ex-primeira-dama Marisa Letícia. Os governos dos EUA e do Canadá também mandaram adornos.
A desempregada Mauricea de Azevedo, 54, chegou ao palácio às 14h de sábado (16) e disse que ficaria até o fim do velório. Com duas bandeiras -uma, de Campos; outra, de Miguel Arraes-, ela passou o dia debruçada sobre a grade que separa o público da área reservada para a missa. “Eduardo e Arraes entraram pela porta da frente deste palácio e saíram no caixão”, disse.
“Quero ficar o mais próximo possível”, completou. Em suas mãos, um álbum com fotos de Campos. “Até agora a ficha não caiu.
A expectativa é de que cerca de 120 mil pessoas acompanhem o velório e a missa do ex-governador. Quem não conseguir entrar no palácio poderá acompanhar a cerimônia através de três telões instalados do lado de fora.
Cortejo
A chegada no Recife foi ao lado de Marina Silva que Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, recebeu no sábado os restos mortais do marido, na base aérea do Recife. Todos os filhos -inclusive o caçula Miguel, de sete meses- acompanharam a mãe.
Às 23h05 chegaram as caixas fúnebres de Campos e dos três integrantes de sua campanha mortos no acidente aéreo que serão velados na capital de Pernambuco: o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes da Silva e o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra. Renata e os cinco filhos ficaram à espera da aeronave na pista de pouso, dentro de um ônibus disponibilizado pela Infraero.
Após a chegada dos corpos, motoristas pararam os veículos e desceram dos carros nos viadutos próximos ao Aeroporto do Recife, onde aplaudiram e acenaram para os veículos do cortejo (Foto: Reprodução / TV Globo) |
Os filhos de Campos vestiam uma camiseta amarela com a frase com que ele encerrou sua entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, um dia antes de morrer: “Não vamos desistir do Brasil”. Renata e Ana Arraes, assim como o bebê Miguel, vestiam roupas claras.
Sob aplausos, o caixão de Campos foi levado a um caminhão do Corpo de Bombeiros com ajuda dos dois filhos mais velhos, João Henrique e Pedro. O caixão de Percol e Severo foram colocados, também sob aplausos, em um outro caminhão dos Bombeiros. Lyra, que não será velado no palácio do Campo das Princesas, foi levado por um carro funerário.
O cortejo fúnebre saiu perto da meia-noite de domingo (17) com destino à sede do governo. O corpo de Pedro Valadares, ex-deputado federal e assessor pessoal de Campos, também estava no voo para o Recife. Após a parada em Pernambuco, seus restos mortais seguiram no avião da FAB para Aracaju.
Carros comos restos mortais das vítimas do acidente aéreo de quarta-feira foram acompanhados por imprensa e populares no percurso entre Santos e a Base Aérea de Guarulhos (Foto: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo) |
Apenas Lyra, por escolha da família, terá o velório realizado no cemitério Morada da Paz. Nas ruas em torno do aeroporto, dezenas de pessoas esperavam na calçada a passagem dos caminhões.
Fonte: Correio24horas
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