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Corpo de jovem desaparecido após abordagem de PMs é identificado em Salvador

O corpo do jovem Geovanne Mascarenhas de Santana, que estava desaparecido há 13 dias após abordagem policial no bairro da Calçada, em Salvador, foi identificado na noite de quinta-feira (14). A informação foi confirmada pelo coronel Alfredo Castro.

Em entrevista ao G1 na manhã desta sexta-feira (15), o coronel Alfredo Castro informou que o corpo foi encontrado no dia 5 de agosto, no Parque São Bartolomeu, que fica no bairro de Pirajá. O corpo foi localizado decapitado, sem as mãos e carbonizado. Segundo ele, a identificação só ocorreu na quinta-feira por causa do estado de decomposição. Ainda de acordo com Alfredo Castro, na madrugada desta sexta-feira foi solicitada a prisão dos PMs envolvidos na abordagem do jovem e eles serão conduzidos para a corregedoria ainda nesta manhã.

"A perícia constatou que o corpo era do jovem desaparecido. A mão e a cabeça estavam na mesma região onde foi localizado o corpo", afirma o coronel Alfredo Castro. Na tarde desta sexta-feira, às 15h, o secretário de Segurança Pública vai realizar uma coletiva sobre o caso, segundo informou o coronel. Inicialmente ele havia informado que o corpo teria sido encontrado na noite de quinta-feira, mas a informação foi retificada por Alfredo Castro por volta das 10h05.

Caso

Geovane Mascarenhas de Santana desapareceu após a ação policial no dia 2 de agosto. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança de um prédio do local da abrodagem. Segundo a PM, a abordagem policial teria sido solicitada por um telefonema feito à Central de Polícia e que, em depoimento, os policiais disseram que Geovane foi levado à delegacia do bairro da Lapinha e liberado em seguida, com a moto.

Em depoimento, os PMs disseram que liberaram o rapaz após a fiscalização, em Salvador. A informação foi passada pelo diretor de comunicação da Polícia Militar, Coronel Gilson Santiago. Entretanto o setor não esclareceu em que local ele foi deixado e também não disse onde está a moto do rapaz. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa. O prazo para a conclusão do inquérito é de 40 dias.

Segundo o diretor de comunicação da PM, os policias envolvidos no caso são experientes e o comandante da guarnição é um subtenente com mais de 20 anos de serviço, entretanto reconheceu que a conduta deles fugiu aos padrões de comportamento definidos pela Polícia Militar.

Desespero da família 

O pai de Geovane, Jurandy, começou a procura pelo filho na Central de Flagrantes nos Barris, para onde, segundo orientação da Polícia Civil, devem ser levadas pessoas detidas cometendo crimes em salvador.

Em seguida, Jurandy foi até a 2ª delegacia, no bairro da Lapinha - responsável pelas ocorrências do local onde Geovane desapareceu. Também não havia registro de entrada do rapaz.

As buscas continuaram nas delegacias de Periperi e da Boca do Rio. O pai de Geovane também foi à Delegacia de Repressão a Furtos e roubos de veículos, para tentar alguma pista sobre a moto que pertence ao rapaz. Nada foi encontrado.

Seu Jurandir esteve ainda na 37ª Companhia Independente, na Liberdade, na Delegacia de Simões Filho, e nos batalhões da Rondesp de Simões Filho e do bairro do Lobato, em Salvador. Ele não conseguiu nenhuma resposta sobre o paradeiro de Geovane.

Ao G1, Jurandy informou que denunciou o caso ao Ministério Público, no fim da tarde de quinta-feira (14). Jurandy conta que Geovane tem duas passagens na polícia por roubos cometidos em 2011, mas respondeu pelos crimes. O pai afirma que o rapaz estava trabalhando e não tinha qualquer problema com a Justiça.

Fonte: G1/BA

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