Juazeiro: Carta Aberta ao vereador Anderson da Iluminação
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Gostaria, em princípio, de esclarecer-lhe que, em hipótese alguma e, emj momento algum, havia pensado em escrever a alguém que viva sob constante demonstração de tão degenerada condição humana, tão frágil e vergonhosa figura de homem como o senhor. Tenho, certamente, padrões de interlocutores que refletem muito mais legitimamente a condição de ‘gente’, cuja ética está bem firmada no contrato social e humano em que vivemos. No entanto, ante a sua insistência em rosnar, utilizando-se da prerrogativa de exercer um cargo público da importância de um parlamentar e, ao fazê-lo, tenta atingir a sobriedade e a honra de uma família, ponho-me, aqui, a falar-lhe (e espero que esteja conseguindo entender esse código linguístico).
Na última sessão da Câmara de Juazeiro, sob a orientação de alguns de seus pares, insistiu em abordar um assunto que muito feriu a minha família – sobretudo, meus pais, que já são idosos e são pessoas honradas e lutadoras. Do baixo de sua estatura , escondido atrás de uma tribuna que nunca soube honrar, por agir como capacho e não como vereador, o senhor afirmou que José Carlos Medeiros havia “inventado um atentado durante o período eleitoral de 2012, para ganhar as eleições”. Compreendo, Excelência, que, mesmo sendo tão jovem, já seja conhecedor das formas mais espúrias e prostituídas de lidar com a vida pública – isso está bem visível aos olhos dos juazeirenses. Mas não meça o tamanho dos outros pela sua própria pequenez.
O atentado sofrido por José Carlos Medeiros no dia 15 de setembro de 2012 – em que tiros foram dados no seu automóvel em que se encontravam ,inclusive, 3 crianças- teve origem que o senhor deve muito bem saber qual. Conhece tanto a origem e tem tanta certeza de impunidade , que teve a coragem de usar a tribuna da Câmara para, ao invés de cumprir o papel da função para a qual foi eleito, fazer acusação de que Medeiros teria criado o episódio para se promover.
Quero lhe dizer algo, Excelência, e espero que faça um esforço para entender: José Carlos Medeiros tem uma família que o ama e que é amada por ele. Sofremos com aquele episódio e ainda sofremos – o senhor deve ser bem informado- com investidas sinistras que têm sido feitas na calada da política desta cidade. Mas, além da polícia, que tem os registros de todos os episódios e que está fazendo sua parte em investigar, cremos num Deus que “acampa os seus anjos ao redor dos que o temem e os livra”. Essa é a nossa realidade como família. Somos a Família Medeiros – cuja honra pessoas de sua estatura não conhece.
Entendo, também, que lhe custa compreender o que significa honra na família, respeito e consideração. Entre nós, na família Medeiros, não há traições, puxadas de tapete, fraude da honra, enganos e mentiras. Entendo sua dificuldade em compreender isso, senhor vereador Anderson. O poeta Arnaldo Antunes escreveu uma canção que, neste momento, veio-me à memória para lhe tentar fazer entender os porquês de sua própria vida.
Ele diz: “saiba – todo mundo foi neném, todo mundo teve pai, todo mundo teve mãe, todo mundo teve infância, mas crianças cresceram e seguiram caminhos diferentes: enquanto uma se tornou Einstein; outra foi feita Hitler. Enquanto uma se transformou em Gandhi, outra foi transformada em Fernandinho Beira Mar”.
Não sei, exatamente, Excelentíssimo vereador Anderson da Iluminação, o que fizeram com a sua vida. Lamento muito o que escolheu ser. Poderia ser um vereador honrado, um homem público de respeito e cumpridor de seu dever. No entanto, escolheu ser apenas um capacho. E, acredite: o caminho para retomar algo de bom que poderia ter havido em sua raiz deve estar ligado, certamente, à família.
Espero que ainda consiga entender isso. No mais, peço respeito pela dor da minha família quando se trata da vida do meu irmão – um homem honrado e que tem uma família honrada.
Vera Lúcia Medeiros – cidadã juazeirense, professora, jornalista , filha, irmã, mãe, esposa.
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