Ação da Codevasf garante sobrevivência de dois mil peixes em área afetada por estiagem
Cerca de dois mil peixes de espécies nativas do rio São Francisco estão com sua sobrevivência assegurada em Xique-Xique, semiárido da Bahia, município afetado pelos efeitos da estiagem. As atividades de resgate foram empreendidas nesta semana pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por meio da sua 2ª Superintendência Regional, baseada em Bom Jesus da Lapa, e do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf em Xique-Xique, em parceria com o governo estadual, por meio da Bahia Pesca.
Os peixes resgatados são de 10 espécies – surubim, curimatã, mandi, bufão, piramboia, sarapó, cari, pacu, sardinha e mamador – e foram transferidos de lagoas localizadas nos povoados de Boa Vista e Marreca Velha para a Lagoa da Ipueira, que fica próxima e reúne condições mais propícias para o desenvolvimento das espécies. O objetivo das entidades agora é ampliar essas ações para outras lagoas do município.
“O ideal seria que essas lagoas não sofressem nenhuma intervenção humana, principalmente pesca, mas sabemos que não é isso que ocorre. Lagoas como essas são mantenedoras da vida das espécies que nela procuram abrigo para se reproduzir e crescer. Dada a importância desses locais, é preciso empreender todos os esforços possíveis na preservação das lagoas marginais do rio São Francisco. É mais um trabalho em favor da revitalização do rio”, destaca o engenheiro de pesca Charles Fabian, chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Xique-Xique.
As lagoas marginais possuem importância ecológica essencial à revitalização do rio, pois são berçários naturais para espécies de peixes nativas do São Francisco. Elas desempenham a função de repor o estoque natural, alterado por inúmeros fatores, como a pesca irregular e predatória, o assoreamento, a devastação das margens e a estiagem, entre outros.
“Atividades como essa, de transferência dos peixes para áreas mais preservadas do rio, que oferecem maiores chances de sobrevivência e perpetuação das espécies, são muito valiosas para a revitalização do São Francisco. Estamos atravessando o maior período de estiagem registrado nos últimos 50 anos, o que ocasiona uma maior evapotranspiração (perda de água) dessas lagoas marginais. Muitas até já sucumbiram ou encontram-se muito secas, provocando reflexos negativos sobre a ictiofauna do rio”, observa Fabian.
Ascom Codevasf
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