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Codevasf investe em pesquisa com novas variedades de uva de mesa‏



O sertão que exporta uvas de mesa agora terá ainda mais variedades da fruta com o projeto Adaptação de Novas Cultivares de Uva de Mesa no Vale do São Francisco. O objetivo do projeto é introduzir no atual sistema de produção variedades que garantam aumentem a competitividade da fruta, tanto pela qualidade do produto quanto pela redução de custos. O trabalho está sendo executado por meio de convênio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf) com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado de Pernambuco (Sectec/PE), e tem valor de aproximadamente R$ 2,7 milhões – R$ 2,2 milhões provenientes de destaque orçamentário da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) do Ministério da Integração Nacional (MI) e R$ 492,8 mil de contrapartida da Sectec/PE.
O diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, José Augusto de Carvalho, afirma que esse tipo de pesquisa beneficia diretamente o produtor de uvas de mesa do Vale do São Francisco. "Essa pesquisa leva em consideração o mercado consumidor e atende às tendências e exigências desse mercado", observa. As pesquisas começaram a ser realizadas e devem se estender por 5 anos.
A gerente substituta de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Izabel Aragão, explica que durante as pesquisas serão avaliadas pelo menos 68 novas cultivares de uva sem semente e duas novas cultivares de uva com semente. Também serão feitas análises laboratoriais e avaliação mercadológica. "O Vale do São Francisco tem despontado como um grande polo de produção de frutas, e o propósito da Codevasf com esse tipo pesquisa é abrir o leque de alternativas para mantê-lo competitivo", diz Izabel.
Produção nos Perímetros - Os perímetros irrigados geridos pela Codevasf na bacia hidrográfica do São Francisco alcançaram R$ 500 milhões em valor bruto de produção (VBP) de uva em 2012. Ao todo, foram produzidas nesse ano 203,4 mil toneladas de uva, nos perímetros Gorutuba, Jaiba e Pirapora, em Minas Gerais; Barreiras Norte, Ceraíma, Estreito, Riacho Grande, Mandacaru, Curaça e Maniçoba, na Bahia; e Bebedouro e Nilo Coelho, em Pernambuco. O produtor agrícola Geraldo de Araújo tem um lote no perímetro Senador Nilo Coelho há 27 anos, e produz aproximadamente 300 toneladas de uva por ano. "Estou satisfeito com a produção e isso é possível graças à irrigação", garante.
 Além desses perímetros, outros cinco que pertencem ao Sistema Itaparica – administrados pela Codevasf em convênio com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) –  alcançaram, juntos, R$ 321,6 mil em valor bruto de produção de uva em 2012.
 Altas temperaturas - O semiárido nordestino, onde a temperatura chega a 45 Cº, é uma região onde quase ninguém imaginaria ter uma produção tão grande de uvas e também de vinho. Mesmo com essas condições climáticas, desde a década de 1980 há cultivo de viníferas na região. Elas ocupam cerca de 500 hectares, com mais de 15 tipos de uvas.
Sobre a diferença existente entre as uvas do semiárido e as do sul do Brasil, o professor Francisco Amorim, do setor de enologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sertão Pernambucano, explica que essencialmente as uvas do Vale normalmente concentram maior teor de açúcar e têm menos acidez, em função do clima quente e seco. O próprio clima ensolarado permite que a região produza o ano inteiro. "Assim como em qualquer lugar do mundo, as uvas precisam de sol para a fotossíntese, mantendo as plantas ativas e produtivas. A diferença do Vale do São Francisco é que o sol está presente praticamente durante todo o ano e, com isso, nossa produção passa a ser contínua, permitindo até três safras ao ano por planta", explica o enólogo. 
Rota do vinho - A produção de vinho no Vale do São Francisco tem alcançado tanto destaque que a região possui hoje uma “rota do vinho”, onde os visitantes podem conhecer os vinhedos, visitar as fábricas, ver parte do processo – que vai do recebimento da uva até o engarrafamento – e degustar os vinhos da região. As vinícolas mais visitadas são Miolo, na Bahia, e Rio Sol, em Pernambuco.
 Ascom Codevasf

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