ANUNCIANTES

Membro do CNE debate na Univasf políticas de desenvolvimento institucional‏

Professor Sérgio Franco, membro do CNE, abre debate na Univasf sobre planejamento e políticas de desenvolvimento institucional

Após uma década de sua criação e a menos de oitos anos de efetivo funcionamento, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) promoveu reunião de trabalho com uma equipe formada por pró-reitores, secretários, diretores e demais representantes do corpo diretivo e da comunidade acadêmica para debater sobre políticas de desenvolvimento institucional. A iniciativa visa subsidiar o planejamento das ações que deverão nortear o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o programa de expansão da universidade. Foi com este objetivo que a Assessoria de Relações Interinstitucionais e Internacionais convidou o professor Sérgio Franco, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) para evento realizado nos dias 11 e 12 de setembro, no campus sede, em Petrolina (PE).

As discussões tiveram como foco o modelo de universidade frente aos novos desafios locais, regionais, nacionais e internacionais para a educação superior, com base nas demandas e perspectivas dos diversos setores e diferentes segmentos acadêmicos. Entre os temas discutidos, tiveram destaque a democratização do acesso à universidade, extensão social, formação de professores da educação básica, excelências na pesquisa e na gestão pública. E para avaliar metas e métodos de planejamento para a universidade do futuro, professor Sérgio Franco fez um ‘passeio’ pela história das universidades de tradição europeia, contextualizou as bases de sua formação, as dimensões políticas e pedagógicas do ensino, e também o desenvolvimento tardio da educação superior no Brasil e o atual sistema universitário brasileiro.

O palestrante não trouxe uma ‘receita’ nem ‘fórmulas prontas’, mas uma proposta de reflexão sobre o propósito de universidade que espelhe as aspirações da comunidade acadêmica e a identidade institucional. Presente ao evento, o vice-reitor da Univasf, Telio Nobre Leite, defendeu novas perspectivas e parâmetros de políticas de avaliação e a necessidade de instrumentos de base consultiva e participativa, focados em processos de planejamento. O conceito foi reforçado por Sérgio Franco, ao situar a análise de tendências à frente do diagnóstico institucional.

Sistemas internos de gestão também foram alvo de argumentações da equipe. Questões como o processo de escolha de dirigentes das universidades, paridade de votos nas consultas eleitorais, entre os segmentos docente, técnico-administrativo e discente foram temas que emergiram sob diferentes pontos de vista, levados pela equipe, na perspectiva expressa em um termo que foi recorrente nos dois dias do encontro: ‘pensar’ a universidade que a Univasf quer ser hoje e o planejamento para o futuro. Entre as referências, a política de concentração da educação superior nos grandes centros urbanos, a recente experiência de interiorização e expansão das universidades públicas no país e a necessidade de políticas públicas que garantam pleno funcionamento e a respectiva consolidação.

Além de políticas internas de gestão, a relação da universidade com a sociedade foi contextualizada tendo como parâmetros o compromisso com a educação básica, formação de professores, valorização das licenciaturas, estímulo à pesquisa e infraestrutura para a pós-graduação, sobretudo no interior do país.

Ao discutir potencialidades e fragilidades institucionais, o debate estimulou a troca de experiências entre setores estratégicos para o planejamento de políticas internas de desenvolvimento institucional com participação de dirigentes das áreas de Gestão de Pessoas; Assistência Estudantil; Ensino; Pesquisa, Pós-graduação e Inovação; Extensão, Educação a Distância; Tecnologia, entre outros segmentos envolvidos na revisão do PDI da Univasf. O documento elaborado em 2009 está em processo de avaliação por uma comissão constituída pela Reitoria.

Para o assessor de Relações Interinstitucionais e Internacionais, professor Alexsandro Machado, a Univasf está buscando as bases para formação de uma cultura de planejamento. “Tem coisas que estão em nosso PDI que não foram executadas e outras que não haviam sido previstas e foram feitas”, argumentou. De acordo com ele, a ideia é que a Univasf possa ‘pensar’ sobre suas perspectivas de desenvolvimento. “É preciso planejar o modelo de desenvolvimento institucional que queremos, e debater sobre critérios de avaliação e experiências de outras universidades”, disse.

Ao final do evento ficou programada uma próxima reunião de trabalho com a participação do professor Sérgio Franco, em abril de 2013. As ações serão coordenadas pela Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, através da Diretoria de Desenvolvimento Institucional (Propladi/DDI) com apoio da Assessoria de Relações Interinstitucionais e Internacionais (ARII).

Sérgio Franco foi presidente da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior do Ministério da Educação (Conaes-MEC), participou da implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). É professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atualmente integra o Conselho Nacional de Educação (CNE). Leia abaixo alguns pontos destacados por ele, em entrevista.

Desenvolvimento Institucional

“É preciso construir um plano que reflita as potencialidades e as formas possíveis de a universidade se realizar. Esta clareza sobre o modelo de universidade que se quer e como isso vai ser inserido no próprio pensamento dos atores da universidade que são os professores, técnicos e alunos é o grande desafio; a avaliação institucional é um processo de espelho para ver tanto as coisas boas como as coisas ruins e tomar as medidas para fazer correções de rumo e realmente atentar naquele ideal de universidade que a gente está perseguindo”.

Fixação de doutores

“Uma universidade do interior que está em processo de instalação, de expansão tem um tipo de necessidade diferente de outra que tem um século de existência, então o modelo de financiamento é uma política que precisa ser revista, a outra é a política de fixação de doutores que envolve não só a universidade, mas o município, o estado; porque não adianta abrir vagas para doutores, no interior, se não houver uma rede de assistência e cultural na cidade que a torne atrativa para esses doutores se fixarem, para que se possa definir a vocação de cada universidade e trabalhar com essa diversidade institucional porque esse é o futuro do país”.

Políticas afirmativas

“A minha visão é que um dos impactos da Lei de Cotas terá como consequência a maior qualificação da escola pública. O compromisso de formar professores da escola básica vai ficar mais evidente. São novos desafios, mas que poderão suscitar iniciativas e atrair investimentos que garantam a permanência do estudante e maior compromisso da universidade com o ensino básico”.

Comunicação com a sociedade
“A comunicação com a sociedade é um dos instrumentos de avaliação institucional, mas a própria Conaes, discutindo isso, deixou evidente que não há muita clareza sobre os parâmetros de mensuração nesse campo da comunicação universitária, da cultura e da ciência com a sociedade que tem a ver com o que se faz na extensão, em pesquisa e ensino para a universidade extrapolar os seus muros; mas essa é uma discussão que precisa ser feita ainda; caberá às universidades estabelecerem referenciais de boas práticas para que a comunicação com a sociedade possa se inserir como processo de avaliação externa e interna”.

Sobre a Univasf
“A visão é que no cenário que a gente tem hoje, o papel de uma universidade como a Univasf é importantíssimo, a pensar grandes questões da educação. É preciso que a gente não perca de vista que existem instituições muito diferentes, não dá para pensar a política da educação superior, pensando apenas em grandes universidades ou nas universidades do litoral, sabendo que a gente tem universidades novas no interior e a gente precisa ter essa diversidade. O que a gente vê aqui, na Univasf, é um pessoal com muita vontade de acertar e potencialidade da universidade para que ela ocupe esses espaços e dê uma contribuição muito grande para o desenvolvimento social, econômico dessa região do sertão nordestino”.

Klene Barreto de Aquino
Ascom Univasf

Nenhum comentário