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Entidades sindicais de técnicos e de docentes da Univasf se reúnem com Reitoria e debatem a greve‏

Na conversa que teve com os representantes da Comissão de Mobilização e do Comando de Greve, o reitor Julianeli Tolentino de Lima destacou a necessidade do dialogo e a visão da Andifes sobre a paralisação das duas categorias.

O reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Julianeli Tolentino de Lima recebeu em seu gabinete, na sexta-feira (3), no campus sede, em Petrolina (PE), os representantes da Comissão de Mobilização dos Técnicos-Administrativos e do Comando de Greve dos Docentes. As reuniões que ocorreram em separado objetivaram debater com as respectivas lideranças sobre a greve que atinge as universidades, institutos e centros tecnológicos federais em todo o país. O tema esteve na pauta da reunião da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada na última quarta-feira (1º), em Brasília.

No encontro com a Comissão de Mobilização dos Técnicos, o reitor da Univasf externou a sua opinião, segundo ele, também partilhada pelos demais membros da Andifes, sobre a necessidade de o governo abrir um canal de diálogo com a categoria, em busca de uma solução pacífica para o movimento. Ele destacou o clima de solidariedade entre técnicos e docentes e a importância das funções administrativas para o pleno funcionamento das universidades. Conforme Julianeli Tolentino, que agora também passa a integrar o Conselho Fiscal da Andifes, a greve é reconhecida pela maioria dos reitores como um direito legítimo e deve ser tratada com equilíbrio.

Julianeli relatou a preocupação dos dirigentes com a greve e avaliou a conduta adotada pelo movimento em cada região, destacando a forma pacífica como as entidades sindicais têm conduzido as manifestações na Univasf. Disse ainda, que a Reitoria sempre buscará o caminho do entendimento. “Na Univasf, há uma compreensão de nossa parte, vejo também que os técnicos compreendem a situação da gestão. Os reitores lutam para que o MEC e o Ministério do Planejamento abram um canal de diálogo com os técnicos”, afirmou.

De acordo com os membros da Comissão de Mobilização, 70% dos técnicos-administrativos da Univasf estão paralisados. O percentual atende à decisão de manutenção dos serviços essenciais da universidade, acordada em assembleia da categoria. Eles também afirmaram que as próximas ações do movimento serão decididas somente após a reunião das entidades sindicais com o Ministério do Planejamento, marcada para esta segunda-feira (6). Na quarta-feira (1º), a Comissão de Mobilização fechou os portões do campus da Univasf, em Juazeiro (BA). A iniciativa, conforme a Comissão de Mobilização, objetivou ampliar a visibilidade do movimento, em virtude de o Governo ter cancelado a reunião que teria, no dia anterior, com a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condcef).

A Comissão informou que a expectativa, é que o Governo sinalize interesse em negociar com os técnicos-administrativos. “Já foram agendadas 57 reuniões com o Governo, desde o último acordo firmado em 2007. Este ano já foram agendadas 13 reuniões, e destas, três foram adiadas sem justificativas plausíveis”, afirmaram. A categoria está em greve desde o dia 11 de junho.

No caso dos professores, as negociações com o Governo ainda não chegaram a um consenso, três das quatro entidades que representam os docentes das instituições federais de ensino superior rejeitaram as propostas apresentadas para a categoria. Conforme os representantes do Comando de Greve dos Docentes da Univasf, a adesão ao movimento, deflagrado no dia 17 de maio, é de quase 100%.

Durante o encontro com o Comando de Greve dos Docentes, o reitor da Univasf expressou a expectativa da Reitoria em relação ao processo de negociação entre Sindicatos e o Governo. “É importante colocarmos aqui o que está sendo debatido na Andifes sobre esta paralisação, sobre o nosso papel nas negociações e como tem ocorrido a interlocução da nossa Associação junto ao MEC, na perspectiva de um possível retorno às atividades”, enfatizou o reitor.

Outros temas discutidos com as lideranças sindicais envolveram o volume de vagas de servidores já pactuadas com o MEC e a Lei 12.677/2012, a vigorar a partir de 2013, que autoriza a criação de novas vagas para professores e técnicos; cargos e funções gratificadas. Conforme o reitor Julianeli Tolentino, a Univasf precisa de um incremento de aproximadamente 200 vagas de técnicos-administrativos. “O índice de referência, estabelecido pelo MEC leva em conta o número de discentes matriculados na instituição. No caso do quantitativo de docentes, a razão é definida conforme o curso, em virtude da carga-horária das respectivas disciplinas”, ressaltou.

Ainda durante a reunião, o presidente do Sindicato dos Docentes da Univasf, professor Fernando Souto inseriu na pauta de discussões, o pedido de celeridade na resposta ao documento encaminhado pela entidade à Reitoria, sobre a cessão ou locação de espaço físico no campus de Petrolina para a instalação da sede da entidade sindical. De acordo com o reitor, a solicitação será encaminhada esta semana para apreciação dos setores responsáveis e análise da proposta, e garantiu que a resposta será dada o mais breve possível, cumprindo apenas o prazo necessário para os trâmites administrativos.

Klene Barreto de Aquino

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