Interiorização do ensino superior é discutida na segunda reunião anual do Foprop
O evento acontece no momento em que a CAPES lançou o Programa Nacional de Pós-Graduação (PNPG), que visa diminuir as assimetrias regionais, fomentando a interiorização do ensino superior com o apoio a bolsas e melhoria da infraestrutura nas instituições.
Na abertura do encontro, ontem pela manhã, estiveram presentes o Coordenador do Diretório Regional Nordeste do Foprop, Robert Verhine, a Presidente do Diretório Nacional do Foprop, Marilza Rudge, o Vice-Reitor da Univasf, Paulo César Lima e o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Univasf, José Bismark de Medeiros.
A Presidente do Diretório Nacional do Foprop, Marilza Rudge, falou sobre a mudança dos critérios de avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), em relação ao problema da subjetividade do sistema e nos meios de torná-la mais igualitária, pois algumas instituições têm programas similares, mas notas diferentes. “No fórum, discutimos as assimetrias da pós-graduação, as diferenças entre as regiões e universidades. Para nós, esta é uma ação muito importante, que é levar a qualidade do conhecimento para o interior dos nossos estados”, afirma.
De acordo com o vice-reitor da Univasf, Paulo César Lima, o país passa por uma transformação em virtude da pesquisa e pós-graduação estarem sendo instrumentos estratégicos de desenvolvimento do ensino superior. “Esses encontros são importantes para que as instituições possam se articular e levar até a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) o olhar diferenciado, que faz com que o sistema se adapte para favorecer o crescimento do país em pesquisa e pós-graduação”, ressalta. Segundo o vice-reitor, existe a necessidade do SNPG levar em consideração as diferenças regionais e flexibilizar os seus indicadores de avaliação.
Para o diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) Hélio Nascimento Jr, a Univasf tem uma boa estrutura que poucas universidades e institutos federais que estão no interior possuem, fruto do crescimento da interiorização do ensino superior em todo o país. Após a realização do fórum, ele vê a possibilidade de serem realizadas cooperações técnicas entre a Univasf e o IFAL. “Temos uma experiência na área de inovação que pode ser fortalecida junto com o núcleo de inovação tecnológica da Univasf. Essa parceria tende a render bons resultados para ambas as instituições”, completa. Segundo o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Univasf, José Bismark de Medeiros, através do Foprop a instituição tem o interesse de saber quais são as dificuldades das outras universidades e como será possível contribuir com o SNPG no relato da sua experiência positiva de interiorização. “Outra meta do fórum é a busca da sustentabilidade da pós-graduação, captando recursos do governo federal e procurando equilíbrio para receber incentivo e mais recursos das entidades privadas, pois um dos desafios do país em relação ao ensino é a relação entre a formação e as empresas”, afirma.
Nesta sexta-feira houve o debate com o diretor da Avaliação da CAPES, Lívio Amaral. Após a realização do fórum, serão elaborados documentos temáticos com as demandas das instituições, que vão ser encaminhados para órgãos como as agências de fomento do governo estadual e federal e também para os ministérios de Educação (MEC), e Ciência e Tecnologia (MCT), bem como para Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Os documentos serão apresentados na reunião nacional do Foprop em Belém-PA, entre os dias 29 e 30 de novembro.
Raoni Santos
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